Recordar é viver, lembrar é morrer em se esquecer Vinha de longe já esse sonho em que me surpreendi certa noite, entupido de remédios para febre. A febre, ó senhor, essa sempre me procura em meio à calada da mágoa soturna. Procurei saídas mil. O sonho nem de perto se foi, foi assim de prontidão, se pariu. Vislumbrei uma pedra grande, sem mais detalhes sobre ela, ora, pedra é pedra não é? O que mais eu vi? Ah sim, vi um garoto pulando por cima da pedra, em movimento gracioso, leve, quase um vôo angelical a cada salto. Sabe se la como, mas aos poucos a pedra parecia cada vez maior, e o garoto cada vez menor. Diabos! Lembro de dizer isso. Recordo de dizer adeus. Tudo se minguou de forma derretida, assim como a infância. Pasmem, agora sou desses calhordas saudosos? Mas nem fodendo! O sonho ainda continuou, me levou para um meigo quarto de pensão, maltrapilho que só vendo. Lá, estou só, eu ...