Réquiem do sofrer

Enfim só, sem você, enfim livre desse desmerecer. Me puxou pra muito fundo nesse teu mar morto.
No último suspiro que restava, na junta final de força, atravessei tua melancolia e saí do poço cavado por tua alva loucura.
Agora posso me ver de verdade outra vez.
Me ver como eu era, antes de te meter pra dentro do peito.
Me roubastes pelo cheiro, me cegastes pela secura de tua vida.
Quase me despelastes à alma, nessa tua raiva enrolada.
Agora que boio em águas claras e serenas, tu podes me procurar, que minha mão estará lá, para lhe parar. Chega de teu horror, chega de lágrimas solitárias de falta. Chega de buscar consumir teu amor nas mazelas e nas sarjetas.
Algo muito bom que sumiu faz tempo, vem brotando no que restou desse meu esqueleto. A flor de que todos falam, aquela que todos buscam no quase insuperável fim. O recomeço.

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