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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Gravatas e outras coisas

Era parte das pessoas n asci de minha mãe vivia para respirar coisas boas Ouvia roda de timbau naquela cria de samba já sabia o que era destino, etc e tal Sem tempo para disparates com a fé pobre de mundo carona pra bem longe junto dos mascates  Desejando que me buscasse, peguei a balsa da vida para um carinho que me levasse E no jogo antigo de tabuleiro eu, você e outros mil finalizamos o derradeiro Um beijo velho amanhecido duas pessoas, duas horas,duas eras acordando de um sonho proibido Um laço, outro laço peça do pescoço dos tolos pontas e nós perdidos no espaço Egos cheios, tocados narizes em triste empenho cabeças vazias em retalhos Homem em sinfonia a cabeça que não pensa e muito menos se cria

Correntes de dores

Tu que me olha diferente Já disse Deve ser problema com a gente Da Minha pele, tu fizeste o amolar De minha força usastes sem pestanejar Era pra isso que me trouxestes pra cá Para me judiar Me amarrar Espancar Ordenar Chicotear E agora? Que Passastes século E tu vens em especulo Dizer que não posso falar Que não posso me amar Me persegue por andar Pelo jeito que sempre quis sonhar Mas minha vontade é gigante Não cabe em livros de estante Eu que vim de distante Vou me libertar nesse instante

Chão de Ofélia

Uiva ao fundo a solidão Jogada as traças Junto ao beberrão Copo vazio Rima engasgada Pele no cio Cigarro aceso Gole no seco Choro cansado fazendo peso Vagando pela democracia da rua A decadência piorada Sarjeta triste toda nua Nos solos de martelo Descendo por blocos carcomidos Um pileque singelo Arauto das coisas Nefasto de candências Protuberante de causas Joga a flor já velha Junto de esperança No chão de Ofélia E caminha para o fundo Descendo o degrau do mundo Para a balsa do profundo O profano O ciclano Tecendo o pano Enfim um lugar para deitar Uma caixa para se alojar E uma terra que se pode sonhar

Cartas à você

É turva, boba e doída a saudade Escrevendo agora em meio uma madrugada Me aprisiono em versos na cidade Pensei muito sobre você Esse tempo todo Nem um dia, tive pra esquecer As manhãs mais belas De abraços e beijos Não tinha acorde pras mazelas Nossos jeitos Nossas bobagens Nossos defeitos Era tudo diferente de tudo Oferta simples nesse mundo Era prosa eterna pra mudo As noites de açoites Eu acordado como velhos escritores  Você travando sonhos doces Eram domingos nas segundas calmaria nas chuvas Alegria nas cinzas ruas Não entreguei esta que escrevo Por receio Por falta de coragem nesse devaneio Se algum dia lhe entregar Saiba que estou por inteiro A te dar O pedaço que faltou do meu travesseiro Nesse sonho, que estivemos a nos amar

Carta não entregue: o ar

Oi querida, faz um dia que me despedi de você, mas parecem anos. Cruzamos o Atlântico, parece que esse mar não tem ficar, dá pra acreditar? Espero, e rezo para que tudo esteja bem por aí. O mar é algo magnífico, me pego pensando em teus olhos negros as vezes, Acho que daria uma bela pintura, junto ao mar. Lembro daquela viagem de tempos atrás que fizemos, férias eu acho. Penso no ar, umidade salpicando nossos risos, cheiro do sal nos corpos tolos na areia, e aquele gosto de um amor salgado. Guarda tua voz, e sorrio aos ares úmidos quando lembro que um dia poderia retornar. Do seu amado.

Alcance

Acordei logo cedo, meio com medo. Havia sido soterrado por ele na madrugada passada, sei lá. Estava bebendo como sempre, e fumando como nunca. Meio cigarro, meio copo de cerveja, meias verdades, inteiras mentiras. Copo vem, copo vai, tive de ir ao toalete exclusivo dos eclesiásticos de bebura. A rua. Chuva morta, bobagens à torta. Fui interrompido por uma ação, um outro ser humano chegou a mim, dizendo loucuras urbanas. - me passa o telefone se não vou te furar. Ora, pensei, furado já estou, há anos meu nobre camarada. - me passa o telefone, se não vou te deixar com cicatriz Novamente imaginei, as cicatrizes por aqui andam tão abertas que já nem quero que fechem. O rapaz perdeu a paciência, tentou passar um estilete escolar em minha pessoa, porém por obra do destino mordaz, ele errou todas as incursões, tolo voraz. Saiu correndo apavorado. Fiquei parado sem entender. Rindo sozinho. Ele perdeu o dinheiro que...

Um dia

Um dia logo acordado Parecia só mais um E foi de normalidade Que saí  embriagado O dia logo se entardeceu E o fim da história Quem contou Fui eu