Chão de Ofélia

Uiva ao fundo a solidão
Jogada as traças
Junto ao beberrão

Copo vazio
Rima engasgada
Pele no cio

Cigarro aceso
Gole no seco
Choro cansado fazendo peso

Vagando pela democracia da rua
A decadência piorada
Sarjeta triste toda nua

Nos solos de martelo
Descendo por blocos carcomidos
Um pileque singelo

Arauto das coisas
Nefasto de candências
Protuberante de causas

Joga a flor já velha
Junto de esperança
No chão de Ofélia

E caminha para o fundo
Descendo o degrau do mundo
Para a balsa do profundo

O profano
O ciclano
Tecendo o pano

Enfim um lugar para deitar
Uma caixa para se alojar
E uma terra que se pode sonhar

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

boq

eu e vc

o dilúvio dos olhos