diário
Escrever sobre tudo é possível, desde que eu queira tal faceta
Mas eu quero? Algum momento da vida com toda certeza eu quis. Agora tanto faz, tanto fez. Mas dedico meu tempo nem tão precioso pra regogitar bobagens e devaneios num blog abandonado. Revirando meus retalhos de papel sulfite e o cemitério discursivo repleto de um lodo antiquado de palavras.
Não restando contraponto além de um bom dia e um boa noite, caminho pra este lugar distante. E sinceramente, é melhor me encontrar aqui.
Encontrar é uma palavra tão irreal que me arrependo de forma tácita de utiliza-la neste rascunho pífio. Ao passo que preciso encontrar um novo cigarro pra bronzear mais uma vez o peito rasgado e amaldiçoado
Jurava que ia chorar falando essas bobagens, mas nem a sombra da lágrima visita um arrogante como eu nessas horas da tarde. E de toda forma, se por um milagre a lágrima pintasse minha tela, essa tela seria borrada e descartada
No passado, queria correr, somente correr por correr. E hoje, eu corro pra tudo, menos pra correr. E isso consome o restoio de musgo da alma. E amedronta até meu magma mais corajoso.
E que coisa estranha é essa tal de coragem. Tola, ruidosa, insensata.
Audaz, estupenda, heroica. E olhe, que de heroísmos estou farto, empapuçado, glutão. Só queria um pouquinho mais de força, um cado de sol, dois bocadinhos de esperança, um tantico de nada de alegria. Mas é pedir demais eu sei, é implorar por gerundismos da não resignação do ser ou sei lá o que.
Cansei da culpa, e cansei da ausência de culpa também. Cansei da voz de dentro, e as de fora me matam de agonia. Tendo como norte a morte, e como sul a sorte, prefiro o leste que o oeste, sou dos mares e não dos lares.
Agora chega, escrevi muito e não quero parecer pedante ou um coitado imaculado. E se alguém um dia ler essa baboseira, eu quero que saiba, que não sou doido, tampouco são. Sou o que fui, até a hora que parei de ser, e esqueci como conjugar no futuro esse tanto de verbo avulso
Comentários
Postar um comentário