análise de uma sexta em casa
Deitado em minha cova rasa de todo dia, perdido em pensamentos comuns. Lá vem a crise da meia idade.
As vezes, me imagino no futuro. E a imagem não é das melhores não. Um velho carrancudo, amargurado e principalmente cansado. Mas aí que está. Eu já sou carrancudo e amargurado, desde que me entendo por gente.
O problema está no cansado. Eu vi no futuro, um velho cansado, mas não é aquele cansado de "aí minhas costas". É um cansaço diferente. É como se eu tivesse já vivido muitas vidas e visto tantas outras.
Por dever de ofício, tenho de discorrer mais. Então, um velho cansado da vida? Não, isso não. Um velho cansado das pessoas? Com toda certeza.
Sabe aquele sentimento, de que sempre será tudo do mesmo jeito? Exato, isso cansou meu "eu". A falta de melhora de um paciente doente, nos leva à exaustão.
Quantas vidas terei de viver para conseguir presenciar uma melhora em nossa humanidade? Eu acho que todas.
Somos enganados todo o tempo, tudo em torno de um vínculo amargo entre poder e sangue.
A humanidade me cansou no futuro. A falta dela, no caso.
Todavia, esqueci de mencionar algo, o velho além de carrancudo, amargurado e cansado, também é corajoso. Herança ainda do nascimento, que insisti, em carregar comigo o tempo todo.
Agora, de forma enxuta digo, com todas as letras, que aquele velho do futuro, e esse jovem do presente nunca haverão de parar nem que por um segundo, de lutar por tudo.
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