Sobre um pouco do tempo
É preciso um bocado de caos na vida dos ceguetas, verdade.
Não conseguimos de jeito maneira viver na relva tranquila. Precisamos de arrumar algum tipo de fuzuê, seja qual seja.
Agora ainda mais, percebo veracidade no que escrevo acima, nesses tempos de caos anunciado.
Parto do raciocínio que o aviso já tinha sido dado à certo tempo, tempo esse suficientemente grande, os ceguetas é que não viram mesmo. E parece que quando já estiverem até o pescoço na lama que se meteram, ainda assim não vão enxergar o regaço.
Por falta de aviso não foi, nem pôr falta de juízo, foi por falta duns trem que as vezes nós esquecemos de usar.
O primeiro trem é um que retumba, que faz da paixão uma dor e da dor, uma saudade. Faz chover em seca brava, faz sorrir em terra rasa. É esperança em meio à guerra, é delírio em meio a selva. Ninguém segura teu batido, só se já tiver morrido.
O segundo, é um que é silêncio, concentrado faz milagre, agitado faz desastre. Se usado pro lado da luz, é dos prodígios, das mirabolantes criações. Mas se usado pro lado da escuridão, faz destruir toda a vida, faz o sonho ruir. Não deixa o bocado de fé fluir. Só de maldade parir.
O terceiro e último trem, esse tá lá, nós sabemos que está lá, mas não tem peso e nem forma, mas é maior que tudo que já vimos. É peça vital do que nós somos, é o protagonista do nosso filme, é a mescla entre emoção e pensamento. É retrato interior daqueles bem belos. É voz na rádio da vida, daquelas bem ternas. É pureza em meio ao caos de entulho, daquelas purezas bem tímidas.
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