A assunção de Bento

Bobo até era Bento. Que do convento resolveu se parir.  Pra viver  amor tinha de partir.

Saiu caminhando com gana de pescador. Na ponta do anzol amarrou tristeza, e fisgou dissabor.

Pulou da barca enquanto havia lua, nadou pra longe, acordou na rua. Virou puto de 10 mangos, vestia trapos e restos de panos.

Morou na pensão de dona Creusa, era sabida, velha, uma doçura, meia fedida. Lavou os restos da fornalha, limpava botas e bostas da gentalha.

Rumou pro Sul, passou pela ventaça, gripou em meia duzia de esperança. Passou frio, sozinho, sem cachorro pra dar um pio.

Parou de chofre na estação do ano, pegou o trem para o fim do plano. Viajou para todos os outros, outros quais?

Os outros, ora.
Outros mais.

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