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Mostrando postagens de novembro, 2019

cartão de visitas

Vocês sabiam que eu escrevo?  Ah é? O que? Escrevo poesia bregas, e contos que ninguém quer ler Benvindos ao meu mundo, meu íntimo  Talvez meu maior inimigo seja eu mesmo  Quem sabe, eu deva parar de me sangrar toda vez que falo de minha vida 

o dilúvio dos olhos

Escuro. Breu. Turvo. Todo um passado perdido. A sina que carrego como pedras nas costas.  É de endoidar. É de se chorar. O choro que todos vêem mas ninguém escuta.  Um grito mudo. Um soluço pra fora. Minha treva me traga pra dentro e cospe de volta em espiral em meus sonhos. Por onde vou, carrego meu penar. Em qualquer lugar, sangra meu olhar.  A vida como ela é. Uma segunda-feira cinza, uma chuva triste, um tombo na rua suja.  Me debruço sobre meus pesadelos e não levanto mais. Desculpa. É a única coisa que sei dizer.  Sequer consigo entender. O que há de ser, se não a solidão de um entardecer. 

conheci você

Foi em uma primavera que te vi a primeira vez  E de repente como se nada, estava afogado em tua embriaguez E sorrisos vieram, beijos rolaram,  as hastes de amor afloraram  De tua beleza guardei tudo  Pra não te esquecer nem um segundo  Deito todos os dias em desejo  Por mais que lute, eu fraquejo  E sinto tua falta, das palavras que ouvi numa tarde em um coreto  Pareciam música, quiçá um soneto  Nas colunas de teu abraço  Me encontrei, como se tivesse dado um laço  Sob a cobertura de nosso coreto, que assim chamo agora, Me pego a sonhar, e botar tudo de dentro pra fora  Um verdadeiro amor é um espetáculo  Do friso ao guarda corpo, até a ponta do mais alto pináculo  Só conseguirão me ver em um doce soar,  Cantarolando sobre te amar. 

o que há de errado

Teço palavras simplistas em contraponto ao o que vem ocorrendo. Tempos sombrios companheiros.  Na Bolívia, país com a maior identidade indígena nativa do continente, assisto cenas estarrecedoras.  No Chile assisto resistência e repressão.  Nos Hermanos, vejo uma bruma mais tranquilizante. E no Brasil? Aqui não vejo nada. A não ser o medo. Vivemos o dia a dia, e muitos nem se questionam. Muitos criticam a crítica. E tantos outros se alienam de ideia alguma. Isentos, claro, dividirão espaço no inferno fumegante que está por vir.  Faço coro ao isentosférico comportamento de muitos e muitas, e transcrevo a revolucionária métrica isenta.  "É bobagem falar de política, mas não entendo porque a gasolina tá esse preço. É coisa de gente que quer aparecer falar de política, mas não aguento mais pagar impostos altíssimos. Direitos trabalhistas serão garantidos na reforma, mas não entendo porque trabalho tanto e ganho tão pouco. Se eu trabalhar demais e estudar demais conse...

um beijo teu

Parece loucura, agora deitado lembrando de tua doçura  Como foi que chegamos até aqui  Me pego a perguntar  E me respondo  o quão estou a te amar  Sinceramente amor, você me faz querer o que sempre quis  Um beijo cego de paixão Um entrelaço de pé até a mão  E por falar em você  Já havia esquecido dessa tal de saudade  Mas encontrei ela largada pela cidade  Te procuro em meu sonho Pra ver se um dia essa tua falta acabe  E numa madrugada adentro um samba componho  Se de abraços teus eu viver  O mundo inteiro vai saber  Que por aqui tu passou meu bem querer E dos seus beijos fiz um verso  Pra gritar sobre teu amor  Que até o mais surdo escuta do outro lado do universo Te amo

antigo

Eu gostaria de voltar em eras atrás quando te conheci e mesmo assim eu acharia pouco  Quando envolvi os braços em teu corpo e senti tua pele rente à minha pela primeira vez  Lembro que, atrapalhado te dei o primeiro beijo, esse fatal. Multilou qualquer dúvida que tinha sobre o mundo. Fez chover no campo seco do sonhar Respiro pra conseguir um pouco de ar, já que tu me tomas quase todo. E na inspiração vem teu cheiro. Cheio de verdade, carregado de saudade. És bela, és doce. De um jeito só teu. Não aguento teus olhos quando gravam em mim sua vontade E tua boca. O que posso falar? Um tolo viajante, que se perdeu em caminho sem volta de tua fala. E que nunca quer achar uma saída da tua risada.  Inteira, tu completas os versos de todos os poemas de amor que desabrocham em minha mente E ao final, depois de tanto escrever, espero que o tempo, nosso velho inimigo, se eterize em leves eras ao teu lado.