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Mostrando postagens de maio, 2024

luz

Eu e você, dois outonos em desencontro Eu e você duas bocas que não se calam Eu e você duas febres incuráveis Eu e você duas latas amassadas Eu e você dois ninhos destelhados Eu e você duas semanas antes Eu e você dois metros depois Eu e você,  dois sempres Eu e você um passado 

A solidão é o meu castigo, por ser Açoita a mente e apunhala o coração O silêncio são pedras de sangue há muito despedaçadas  O espetáculo da noite se tornou uma tortura soturna de ânsias e arrependimentos Pouco se vê pra além da casca, aquela impressão grafada de vazio e generalismos  Sou um sub produto de uma criatura que já habitou o mundo  Uma sombra produzida por um passado ardente e errante De inverdades fui traçando feios rabiscos em minha lápide E agora já nem se fazem enxergar mais Há ainda fagulhas de uma antiga labareda, que insistem em manter aquecido um pedaço de carne Sabe-se lá