sem volta
Há muito, sentado na soleira antiga de memórias esperando uma brisa de coragem para escrever Relembrando tempos atrás, tempos apagados. Á força. Envelheci tão rápido, que as lembranças ainda estão marcadas na pele, no fundo. Por tantos anos me calei, por tantos séculos fechei meu corpo e minha alma para este passado E agora, já descabelado e ferido, vislumbro o momento, uma última lágrima de coragem. Tudo corre tão rápido nos meus pesadelos. A morte da infância, e o início de um caminho sem volta para o abismo. Me destruíram. Ações, palavras, gestos. A ingenuidade foi apagada com duras realidades. Não sei quando foi que se teve início, e hoje, na madrugada solitária me pergunto se algum dia terá fim.