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Mostrando postagens de abril, 2020

convite 19

Por aqui passam horas, dias, vidas. Na tela da TV minha esperança erra o caminho.  A casa é oca, se cai uma caneta, só eu ouço. As paredes guardam um triste reboco de lágrimas. Até quando... A cama agora organismo pluricelular, começa a viver seus próprios fundamentos. Me amarrar e sufocar. A terrível que nos espreita. O abominável desconhecido, ronda nossa porta, cheia de trincos. Ele sabe se esgueirar casa à dentro numa facilidade cruel.  Recebi um soco na cara em março, e senti goela abaixo o que é ser insignificante. Não existe vida mais aqui. Existe uma resga do que um dia foi um suspiro. E me amarro com todas as tripas do mundo ao ar final que restou. Porém é pelo ar, dizem os da ciência, que o intruso espreita. Então, no final de tudo e todos, deixei uma última potente e mascarada esperança: pesadelos sempre acabam. 

livros e transas

Pois é isso mesmo que você leu. Vulgar? Qual quê!  Se há vulgaridade no título deste texticulo, essa, ora, está em tua própria mente.  Falo, não sobre os falos, e nem sobre as tais perseguidas. De perseguida, mesmo só terá as próximas páginas dos encapados que ainda me apaixonarei.  Algum poeta, escritor, leitor, tarado algum dia deve ter dito: "Não há nesse mundo todo, transa melhor do que a que tive com os livros."  E o gemido dessa trepa sincera terminou no pra sempre.  Pessoas, tolas que são, se esquecem da primeira vez. Os escritores, amantes que são, vivem aquele primeiro momento de transa, uma vida inteira. Alguns até transcendem a metafísica tântrica e vivem de orgasmos para sempre.  Queria dizer, que meu caso é banal, é cabal. Me descobri, fazendo um amor gostoso com as páginas de um livro bobo. E era um mix de parágrafos e esperança. Um fôlego eterno, de uma mente ereta.