Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2019

O caso do velho com a brisa

O destino é inexorável, repetiu o velho em seu último suspiro. Era tarde, era passado aquilo tudo que havia vivido. Lembrou -se justamente apenas de uma coisa, da antiga amante de todos os mares. Aquela que muitos desconhecem sentados em bares. Poucos a haviam sentido alguma vez, e menos ainda tido a chance de tê-la aos beijos em seus lábios O velho, claro, havia namorado, por tantos anos que agora sabia o que a amada nunca nem havia pensado Conhecia tua ternura, teu cheiro, tua voz, e tua frescura E agora o velho em teu último trago de vida, sente a dama, que escancara a janela e vem se despedir. Com aquele amor que frisa, a calmaria, a leveza, e o carinho, da velha Brisa.

Parado em movimento

Parado aqui na sala de estar, observando uma formiga andar desnorteada procurando sua trupe. E sozinha ela fica, assim como eu. Mas ela perdeu a trupe, eu nunca a tive. Só meros detalhes, não é? Me deito do lado da pobre criatura. Ela fica parada ao lado da pobre criatura deitada. Seres vivos, é isso que somos. Blogueiros, formigas, seresteiros, banqueiros, plantas. Menos os coachs, eles não! O tempo passa, e a diversão é consumada quando a formiga sobe em cima de mim. Anda pelo meu peito magrelo, ate meu queixo. Ali ela se fixa. E parada, me olha com o mesmo olhar que várias pessoas já tiveram. O da ponta do meu nariz. O quão diferente será que sou desta nobre princesa? Formigas amam, né? Gostaria de conversar com ela, de entender sua gana em viver. Descobrir a vida coletiva de verdade. Passados 5 minutos, interrompo minhas indagações tolas, a formiga havia se enfiado em meu nariz.