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Mostrando postagens de maio, 2019

Algo mais

Busco por algo que nunca tive, algo que nunca nem sei se quis. Sou assim parece, pedra solta de cachoeira. Esperando a cheia me levar em sua correnteza pra longe da certeza. Me pego e desapego pra com a vida, faço dela um verdadeiro espetáculo distópico. E vivo por assim dizer, dias de carnaval e dias de calvário. É o castigo por ser quem sou. Um desabafo que não tá nem aí.

Fundamental

Parece um fundo sem fundo o buraco que a saudade de você me fez É castigo por te amar tudo de uma vez Tortura é ficar sem teus olhos e minha insensatez Velejando em alto mar lendo nosso livro de histórias Em que o vilão da noite se torna amante, e mora pra sempre nas românticas memórias Sonho com o raiar do dia, e te encontrar nas esquinas das ruas de nossos beijos Apertar tua mão à minha e gargalhar gracejos A vida como deve ser, fundamental dizer, que a vida é só assim se tiver você.

Desafinado

Perfumado é o som de teu batuque Essa ritmía despassada de olhares que me faz soar no palanque Procurando a batida de nossas vidas em escala, verso, acorde Desafinado que sou, deixo as notas de nossas músicas serem lançadas à sorte Noites cantando a melodia de amor, esquecendo até as rimas tortas sobre a dor Partilhando o tom de um coração, lembrando do som, e que desafinados também soam a paixão

Remédio

A solidão é remédio pra quem escreve É pedação de amargura pra quem bebe Combo perfeito pro abutre este velho e leve A sombra da noite queima o papel Faz chorar o rei, o bispo e o bedel E acende a loucura na torre tombada de babel Para onde vão os tais artistas?  cansados de serem tristes Fartos da procura por companhia nas caladas noites Assassinados pela antiga saudade, em açoites Choram as pessoas, choram as paredes do quarto O resto deixa de existir após o parto Só resta a saudade do tempo