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Mostrando postagens de agosto, 2018

Não fui eu

Não fui Eu, de jeito nenhum. Mas quem é que foi então? Se só restou eu e mais nada. Inclusive, fui eu sim. Eu que pus o ponto no final, já estava acordado quando o mundo dormiu e estava dormindo quando os tolos acordaram. Mas será mesmo que foi eu? Venho me perguntando em devaneios de culpa e razão. Tem hora que me isento, tem hora que me enforco. Talvez tenha sido outra pessoa, sei lá, o papa, ou o filho da puta lá da Coreia, acho até que possa ter sido, o Jesus. Ou será que foi você? Esse alheamento geral de pouco importa, jogaram a toalha em pleno prelúdio, afinal ninguém quer saber se fui ou não Eu?

Seu numero

Havia tempo que não pensava em nós dois, tempo até demais.Aquilo tudo que conheçamos juntos, aquele sentido para tudo. Seu brilho de encontro à minha escuridão. Tua sobriedade colidindo com minha loucura. Nos tornsmamos um único ser, um único fôlego  nas noites mais frias, um universo em meio ao vazio do existir. Fico agora acordado pensando em te ligar, mas o medo me puxa para dentro da minha cova. - Coragem homem! Coragem! Me pego a gritar em meu âmago. Crio bravura onde sempre existiu covardia, é hora de encarar tua voz, e dizer tudo que não disse outrora. É tempo de libertar o lobo solitário que me aprisiona. Pego o telefone, com o coração e a mente à mil, cada número apertado parece que é uma faca em meu peito. - me atenda, por favor. Chama algumas vezes, o orgulho já foi soterrado à muito por amor e saudade. De repente uma voz surge e arrebenta tudo que tinha por ...

Massa

Acordar cedo todo dia Lá vai a massa em sua agonia Trabalhar até morrer Se acabar em padecer Sem rumo certo Caminham para o deserto Que de vidas secas se torna completo Sem ao menos se perguntarem Que dia o patrão vai manda-los pararem Sem fé e sem dignidade Lá vai a massa, acender essa cidade

Um brinde

Arrastado mais uma vez para o limbo da solidão pelas escolhas que fiz, já nem quero lutar. As vezes cansa, sabe? Lutar sem ter porquê, combater sem ter razão. A desesperança que me atolei parece combinar com minha moral. Dançando com o destino decrépito do mistério. É cada coisa que penso quando estou no ônibus pela manhã, essas viagens são muito tediosas. Preciso arrumar algo para fazer durante elas. Sudoku ou cruzadinhas? Quem sabe ler um livro de auto ajuda de algum autor fracassado. Desço do ônibus um pouco aturdido pelo bolor de almas furadas ao redor. Queria me acabar em algum bar sujo, até que o garçom me batesse para sair de lá. Mas não posso, tenho responsabilidades deverás importantes. Tenho um futuro, ainda que, incerto para moldar. Sabe se lá Deus o que viria a ser esse tal futuro.  Acendo um cigarro amassado, ouço os pássaros, sinto a natureza e sua belez...

Entrelaços do acaso

Ainda não pensei em quê vestir estava em dúvida se devo sair Acaso engraçado que me levou a ti Frio na barriga, aguardando teu sorrir Apostando poucas fichas no destino Vou acuado, desconfiado como um felino Ao passo que vou empolgado Não vendo à hora de sentar ao teu lado Sabe se lá o por quê Aconteceu a conexão de um querer Esse destino, louco pra juntar Dois amantes ao luar

Quadro manchado

Para sempre levarei teus beijos em teu infinito me afundei em desejos Lembrei de ti, me esperando na areia o reencontro do pescador e a sereia Penso então em teu olhar olhos negros a me fuzilar Coração só enxerga o teu sabor refém sem chave para fugir de teu amor Tenho que correr e estar distante antes que isso acabe como um instante Declarei tudo o que consegui na espera de que um dia, tu possa me sorrir. No mar de amor que me entreguei bebi da água e me afoguei.

Para tudo hora

Tem hora para tudo nessa vida dizia meu avô, sombra ensandecida Tem hora para se nascer então deveria ter para se morrer Tem hora pra comer sobremesa tinha que ter para repetir a mesma Tem hora para trabalhar devia ter para sair e dançar Tem hora para ser sério e a hora para o riso? Isso é mistério Tem hora para chorar desejo que essa, nunca venha a chegar Tem hora para amar ah, isso não devia ter hora, nem lugar.

O indenifinitvo do querer

Ainda não sei te definir Se serás razão do meu sorrir Ou um peso à mais em meu fugir

O que

O que eu sou? O que me tornei? Aonde é que vou parar? Dizem que quanto mais você se questiona, mais louco vai ficar. Mas e aí? É errado, despertar para as verdades dessa vida? Queria eu ser um bocó. Que nunca se pergunta nada. Queria eu não buscar explicações, só existir . Queria eu ser simplório.  Mas aonde é que iria estar? Sou o que sou, sou questionamentos aos ventos, sou raiva pura pelas condições que me enfiei. Sou peça fora do quebra-cabeças. Invertebrado até o fim. Sou luta, sou pesar, sou pedaço de nada, sou parte do tudo. Não me cego nas imbecilidades que nos metemos, prefiro ser à existir. Sou eu, sou o que sou e sempre fui.

O ar no final

É na sarjeta que deito para lamentar, É no fundo dos entulhos que padeço em acabar É no breu do esgoto que acordo por acordar É na lama turva que me jogo para afundar É no canto da rua que tremo de chorar É na miséria que procuro um lar É na calada da noite que procuro um l uar É na esperança que procuro me afastar É no fim da mente que me resta um ar

Sincretismo cretino

Por muito tempo andei tombando em meus próprios erros. Ja estava perdido demais para poder me encontrar. A densa  nuvem branca que pairou sobre meu ego, entupiu meus olhos e o meu sentir. As sombras e os demônios que viviam por aqui, se tornaram um maremoto em larga escala, destruindo tudo que já existiu aqui. O que restou? Restou um tantico de vida, um sopro desesperado em meio ao caos. Tantico que não faz força mais para ficar por mais tempo. Aos poucos vai se largando, se deixando levar. A que ponto chegamos, devo me perguntar. Ao ponto do fim ou o do recomeçar.

Sabe-se lá

É Morena há de se entender, que teu sorriso era melhor nem ter Vá para longe de meu amar, porque essa chama aqui não há de cessar Abandonei teu barco por medo de me acabar, corri de teu perfume assim como fujo do despertar. O que me resta agora é sonhar, com um sorriso, e teu brilho no olhar E de saudade lá vou me aventurar, pela mesa de inferno de um bar, ainda há o que chorar. Não era assim, eu não era assim Agora estou assim, perto do fim. Quem sabe um dia eu encontre meu lar, aquele teu dengo que estou a procurar.

Pedaços de insensatez

Deverás triste é o fim do que não se acabou A lucidez se turva em meio ao medo Medo de te ver, vergonha por perder Apesar de ainda frágil, vou andando no rumo do esquecer Mas para o que? Galgando um lugarzinho em meio o conforto Vou me sustentando na corda bamba do existir Te perdi ainda antes de achar Te amei ainda antes de amar Falhei ainda antes de começar Por assim dizer, vou me arrastando em meio a solidão Esperando um dia meu despertar Esperando um dia não despedaçar.

Ainda penso

Apesar do tempo ainda sonho com teu afeto, sorrio quando sinto que está por perto Apesar do tempo ainda te procuro, recorro à lembrança em meio o escuro Apesar do tempo ainda é a tua simplicidade que me agarro, em meio a fragilidade do ego em que me amarro Apesar do tempo ainda te caço para me aconselhar, curvado estou em teu colo à sonhar

Sangues e chicotes

Todo dia a mesma história, colhendo o sangue da nossa memória Viemos de lá de longe, tentaram até reza de monge O chicote canta cedo, o filho nosso chora de medo Temos que trabalhar dobrado, por nós e pelo delegado Os grilhões apertam a alma, não tem um dia que ela se acalma O desejo, é que tudo seja igual, mas não podemos agir como tal Se assim achamos nos levam no pau, e não tem amor que cure e nem sarau A tal da liberdade mentiu, só fez chamego e depois iludiu Suor, e sangue que ainda pinga, não tem fim, e nem justiça que vinga Que dia o livre vai deixar de ser só lei, e nós iremos voltar a ser rei.

Ir sempre no final

Queria saber sentir Quiçá poder e existir Desse nó hei de surgir Ficar um cado e rir Procurar você e ir Me cansar e sumir Te achar assim e fugir Lembrando sempre ouvir Que sou razão do teu sorrir

Agitada vida institucional

5:30 da manhã, o despertador se esgoela até o fim. Trabalho. Que melancolia é essa? Desperto oco, como se a cama tivesse me puxado para dentro. Soneca 5 min. Que tipo de vírus eu sou? Levanto do berço esplêndido, e já me alongo, créditos ao papai por essa! Já penso em desistir e voltar uns passos no pretérito. Uns minutinhos. Esqueci, atrasar no trabalho é coisa de vagabundo! Vamos à luta! Tomo uma ducha de água fria, me olho no espelho, sinto um pouco de enjoo. Deve ser minha olheira. Olheira é coisa de drogado, onde já se viu isso! Preparo o café, abro o jornal do mês passado, queria mesmo é fazer cruzadinhas a manhã toda. Fazer cruzadinhas é coisa de gente atoa, logo de vagabundo e mais drogado que nunca. Me despeço do meu papagaio, toda pessoa que se preze tem que ter um animalzinho em casa, sem condições de ser sozinho. Quem não tem bichinho é frio e sol...

Derradeira esperança no fim enfim

Ao inferno essa de idéia de parar, já desci o caminho mais íngreme desse desfiladeiro. Perdido no tempo, sem medo de saber as horas de levantar.  Vou rolando cada vez melhor pra o breu que me engole. Ainda enxergo, lá longe, a luz de saída deste emaranhado de sombra. Sei que no fim ou amanhã, hei de encontrar a tua saída. E para essa penumbra não volto mais! Ou quem sabe, até volte, e cometa os mesmos erros outra vez.

Frouxidão do querer

Enquanto pensávamos em igual, sentíamos tudo, menos um final Quando chorávamos em sincronia, nada era de tristeza, só de alegria Ainda que nos perdíamos em vastidão, nos achávamos, sem essa de solidão De tanta presença fomos enchendo, que está foi se minguando Tudo passa, o tempo apagará, esse pensar é que ficará Coração se despedaçando, partido em mil junto os cacos, sigo fraco e cenil Para onde irei, me permito perguntar, Vou para bem l onge de t eu amar.

Oração de amô

O sinhô, será que cabe tanto amô, no peito do homi, igual cabe rancô Nois há de padecê, esperando o teu voltá, enquanto sunsê num volta, nois vai chorá O homi só qué o mal, o homi num pensa no tal do finál Nois que num sabe nem pensá, quem dirá filosofá. O que nois pode fazê é orá, pra que esse pená vá pra lá. O sinhô, um dia há de chegá, e achar nois tudo à se amá.

Moinho à ventar

Passado é tudo que já se deixou Presente é o agora que se acabou Futuro, á, esse sim vai mudar e já mudou O moinho das voltas secas se prepara, Para o coração que este trata A volta não acaba, só maltrata Desavisado pelo destino Sinto a brisa suave, o vento fino Deixei o sopro me dizer para onde vou indo.