Contrações e algo mais
Me pego a pensar e divagar sobre o infinito e o que se acaba, sobre dualidade e unidade. Deitado aqui no berço esplêndido das ideias me esgueiro para a porta da vida. Bato uma vez com grande receio, o medo de encarar a realidade finita, ora, sou um reles humano enfim. Bato uma segunda vez, com um pouco mais de decisão, que se dane, bato a terceira com vontade. A porta se abre, a visão ainda turva pela paisagem, a luz baixa, o odor úmido e forte, estou de frente para o começo. Um monte de bosta. Me jogo no monte sem medo, de olhos abertos. Tudo faz sentido agora. A vida é algo além de tudo que se possa se imaginar, a contração esmagadora do adiante é maior que tudo que se possa tocar e sentir. No meio do estrume, sinto algo vibrar, ali, bem ali! Um pé minúsculo de feijão se faz brotar, bem daquele jeito infantilizado e simplório que aprendemos na escola, com algodão e uma lata de achocolatado. Acordo de...